Há alguns anos, a psiquiatria explora o eixo intestino-cérebro, ou seja, a forma como bactérias e outros microrganismos da microbiota intestinal influenciam positivamente ou negativamente no pleno funcionamento do cérebro. A disbiose, por outro lado, é diferente. Ela está comumente associada aos casos de depressão. Entenda!
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Por esse motivo, a maior pesquisa já realizada sobre o assunto foi publicada na revista científica Nature Communications e explorou mais a relação entre o microbioma intestinal e a depressão.
Eixo intestino-cérebro, microbioma intestinal e depressão
Você sabia que as bactérias intestinais são as maiores produtoras da serotonina no corpo humano?
Sim, esse hormônio conhecido como “hormônio da felicidade” é um neurotransmissor que costuma ser escasso em pacientes com depressão. É por isso que os cientistas têm aprofundado cada vez mais o estudo que analisa essa doença e o desequilíbrio na atividade das bactérias. Saiba mais sobre a pesquisa:
Quem desenvolveu o estudo?
Até a presente data, esta pesquisa científica é a mais extensa já realizado sobre esse assunto. Ela foi desenvolvida no centro de pesquisa da Universidade de Amsterdã, na Holanda. Os envolvidos utilizaram as análises do microbioma fecal de 3.211 pessoas de etnias distintas.
Fator em comum entre os microbiomas analisados
Segundo os autores do estudo, bactérias dos gêneros Eggerthella; Subdoligranulum; Coprococcus; Sellimonas; Lachnoclostridium; Hungatella; Ruminococcaceae; Lachnospiraceae UCG-001; a Eubacterium ventriosum e os do grupo Ruminococcusgauvreauii estão intimamente relacionados aos táxons microbianos que influenciam expressivamente na depressão.
O que essas bactérias fazem?
Elas participam – direta ou indiretamente – da síntese de glutamato, serotonina, butirato e ácido gama-aminobutírico (GABA), que são neurotransmissores essenciais para prevenção de casos de depressão e que estão associados à neuroplasticidade, aprendizagem, memória e ao bem-estar.
Por esse motivo, a disbiose – isto é, o desequilíbrio na microbiota intestinal – pode ser um fator de risco para a doença que é tão importante como outros, como é o tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e obesidade.