Uma curiosa espiral de luz azul voadora, com aspecto de galáxia, foi vista no céu no Havaí, no último dia 18. Ela brilhou e girou por alguns minutos — e desapareceu na escuridão, misteriosamente como surgiu.
O fenômeno foi registrado por uma câmera do telescópio japonês Subaru — um dos 13 grandes observatórios, de diversos países, que ficam no topo do vulcão Mauna Kea, de 4.200 metros de altura.
A equipe explica que, no início, era apenas um ponto no espaço; depois, virou uma imagem que lembrava um arco. E foi aumentando até se transformar em uma espiral.
Veja um vídeo acelerado (time lapse):
O que pode ser?
- Astrônomos acreditam que a espiral esteja relacionada a um foguete da SpaceX
- Combustível congelado, ejetado durante e lançamento, pode causar este efeito
- Foguete Falcon 9 foi lançado da Flórida, no dia 18, carregando um satélite de GPS para a Força Aérea dos Estados Unidos
- Não foi a primeira vez que uma forma de galáxia foi associada a um Falcon 9
- Fenômeno já está sendo apelidado de “espirais da SpaceX” por especialistas
Por que acontece?
O primeiro estágio do foguete, que gera o maior impulso para decolagem, se separou cerca de três minutos após o lançamento (e foi recuperado em Terra). O segundo estágio, então, usou seu pequeno motor para se mover até o local onde soltaria o satélite.
Depois de deixar sua carga, qualquer combustível remanescente é ejetado, para que o segundo estágio também retorne em segurança. Este processo, provavelmente, fez com que ele girasse por alguns minutos até se estabilizar para pousar no Oceano Pacífico (em uma balsa autônoma da empresa).
O resultado é uma nuvem, em forma de espiral, de cristais congelados de combustível, iluminados pela luz do Sol.
Não é a primeira vez
Em abril de 2022, a mesma câmera Subaru-Asahi Star no Havaí captou uma cena parecida, também após um lançamento de Falcon 9. Em junho do mesmo ano, uma espiral também foi vista da Nova Zelândia. Não é coincidência: em geral, os estágios do foguete da SpaceX caem no Oceano Pacífico, por isso a região é privilegiado na observação destes estranhos fenômenos.
Combustível congelado também já criou anomalias visuais impressionantes em outras partes do mundo. Em março do ano passado, um foguete chinês criou uma grande esfera giratória de luz que atingiu uma aurora boreal no Alasca. Em outubro de 2017, uma esfera azul ainda maior foi vista sobre a Sibéria, gerada por testes de foguetes militares russos.
Logo após os lançamentos, o Falcon 9 também costuma deixar estranhos padrões nos céus da Flórida, como “águas vivas espaciais”.
Com informações de Space, Space Weather e Live Science.