O IFIX – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – fechou a sessão desta terça-feira (22) em leve queda de 0,047%, aos 2867 pontos. O FII XP Selection XPSF11 liderou a lista de altas do dia, com valorização de 4,19%. Na contramão, a maior queda foi do Brazilian Graveyard and Death Care CARE11, que recuou 3,66%.
Confira os demais destaques do pregão ao longo do Central de FIIs:
Maiores altas desta terça-feira (22):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
XPSF11 | XP Selection | FoF | 4,19% |
BLMR11 | Bluemacaw Renda+ FOF | FoF | 3,11% |
CVBI11 | VBI CRI | Títulos e Valores Mobiliários | 2,22% |
VINO11 | Vinci Offices | Lajes Corporativas | 2,08% |
VIUR11 | Vinci Imóveis Urbanos | Renda Urbana | 1,85% |
Fonte: B3
Maiores baixas desta terça-feira (22):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
CARE11 | Brazilian Graveyard and Death Care | Cemitérios | -3,66% |
VTLT11 | Votorantim Logística | Logística | -3,18% |
BLMG11 | Bluemacaw Logística | Logística | -2,40% |
VISC11 | Vinci Shopping Centers | Shoppings | -2,11% |
HGCR11 | CSHG Recebíveis Imobiliários | Títulos e Valores Mobiliários | -1,99% |
Fonte: B3
Desocupação de shoppings e galpões recua, mas a de escritórios cresce
A taxa de ocupação dos segmentos de imóveis mais comuns entre os fundos imobiliários de “tijolo” – galpões logísticos, shoppings e escritórios – tiveram tendências ligeiramente distintas no terceiro trimestre. Enquanto a chamada vacância dos galpões e dos shoppings diminuiu, a dos escritórios aumentou, indica relatório preparado pela equipe de análise da Santander Corretora.
No caso dos galpões logísticos, o terceiro trimestre terminou com 9,9% área total desocupada, um recuo de 1,4% em relação ao segundo trimestre. Especificamente no estado de São Paulo, que concentra 61% da área bruta locável (ABL) dos empreendimentos logísticos do País, a redução foi de 1,5%, para 11% de vacância. Os dados são da consultoria Cushman & Wakefield.
“Mesmo com volume recorde de entrega de novas áreas (2022 ganhou +602 mil m2 de ABL), parte relevante desses novos empreendimentos (66%) foram pré-locados antes de serem finalizados”, destaca o relatório do Santander. O segmento é o que concentra maior valor de mercado dentre os FIIs de “tijolo” na B3, somando R$ 20,4 bilhões.
Do universo de cobertura da corretora, 23 FIIs de galpões logísticos são acompanhados. A taxa de vacância desse grupo teve queda de 1,5% no terceiro trimestre, fechando o período em 4,2%. Os três fundos logísticos preferidos do Santander – considerando liquidez, preço, qualidade do portfólio e gestão ativa – são o VBI Logístico LVBI11, o Vinci Logística VILG11 e o BTG Pactual Logística BTLG11.
No caso dos shoppings, a vacância apresentou queda nos últimos cinco meses consecutivos. Dados compilados pelo Santander indicam que a taxa de desocupação – importante fator para medir o desempenho e atratividade dos empreendimentos –alcançou 5,1% no encerramento do terceiro trimestre, contra o pico de 6,5% nos últimos 12 meses, registrado em abril.
Sendo o segundo segmento mais valioso dentro do universo de FIIs de “tijolo”, os fundos que possuem participações em shoppings não são muito numerosos na B3. O Santander acompanha regularmente um grupo com 19 deles, tendo cobertura oficial para cinco. Destes, quatro fizeram operações de reciclagem de portfólio, comprando participações em empreendimentos. É o caso do HSML11, que adquiriu 100% do Shopping Paralela, em Salvador, na Bahia, ou ainda do VISC11, do MALL11 e do [ativo=XPML11, que estão se unindo para comprar 100% do Campinas Shopping, na cidade homônima, em São Paulo.
Os FIIs preferidos da casa no segmento são o XP Malls [ativo=XPML11], o HSMI Malls HSML11 e o Visc Shopping Centers VISC11.
Já a situação do segmento de escritórios é ligeiramente diferente. Houve absorção líquida negativa no terceiro trimestre, o que significa que mais inquilinos saíram do entraram nos imóveis, especialmente nas regiões da Avenidas Paulista e Chucri Zaidan – ambas na capital paulista, onde há a maior concentração de ABL para prédios corporativos de qualidade A+.
A taxa de vacância em São Paulo ficou em 23%, ante 22,5% no encerramento do segundo trimestre, segundo a consultoria Chushman & Wakefield.
O segmento de escritórios e lajes corporativas é o terceiro com maior valor de mercado dentre os FIIs, somando R$ 12 bilhões em 30 fundos, a maior parte deles detentora de uma única laje (monoativo) ou de pequenas participações em mais de um empreendimento. As preferências da equipe de análise do Santander são o Vinci Offices VINO11, o VBI Prime Properties PVBI11 e o JS Real Estate Multigestão JSRE11.
Oferta secundária do VISC11 e novo contrato de aluguel do RCRB11
Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:
VISC11 terá oferta secundária de cotas de R$ 78 milhões
O Vinci Shopping Centers (VISC11) anunciou na noite desta segunda-feira (21) a sua oferta pública de distribuição secundária de cotas do fundo.
As cotas são de titularidade de um cotista do fundo (ofertante) e representam cerca de 3,81% do patrimônio líquido do VISC11. Por se tratar de uma oferta secundária, não serão emitidas novas cotas pelo fundo, que também não receberá nenhum recurso fruto da oferta. Os custos de distribuição serão embutidos no preço de aquisição da cota.
Serão ofertadas 675.836 mil cotas do ofertante, ao preço de R$ 115,76 por cota. O montante total será de e R$ 78,234 milhões. O oferta será destinada exclusivamente a investidores profissionais – com R$ 10 milhões ou mais investidos.
Será permitida a procura de no máximo 75 investidores profissionais, sendo que as cotas poderão ser adquiridas por até 50 destes.
RCRB11 anuncia novo contrato de aluguel no Candelaria Corporate
O fundo Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) informou os seus cotistas que celebrou um contrato de locação com a Eletronuclear, empresa que constrói e opera usinas termonucleares no Brasil.
A locação é referente aos andares 16º e 17º do Edifício Candelária Corporate, que corresponde a 1.296,77m². Com a nova locação, a vacância do fundo será reduzida – um dos principais objetivos da gestão. A nova vacância será de 23,3%.
O contrato terá vigência de cinco anos, iniciados em 1º de dezembro de 2022 e será reajustado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
A nova locação do imóvel terá um impacto positivo no fundo de R$ 0,15 por cota ao ano, considerando aluguel e despesas de vacância, a partir do segundo semestre de 2023 – quando vence o período de carência.
O imóvel fica localizado no Candelaria Corporate, próximo às principais avenidas do Centro do Rio de Janeiro.
Dividendos hoje
Confira os FIIs que distribuem rendimentos nesta terça-feira (22):
Ticker | Fundo | Rendimento |
APTO11 | NAVI RESIDENCIAL | R$ 0,09 |
GCRI11 | GALAPAGOS RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS | R$ 1,10 |
GCFF11 | GALAPAGOS FUNDO DE FUNDOS | R$0,74 |
NAVT11 | NAVI IMOBILIÁRIO TOTAL RETURN | R$0,85 |
[ativo=AURB11] | Alianza Urban Hub Renda | R$0,76 |
MGCR11 | MOGNO CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS MULTIESTRATÉGIA | R$1,00 |
MORE11 | MORE REAL ESTATE FOF FII | R$0,60 |
Giro imobiliário: O que justifica o tombo dos FIIs?
O que está acontecendo com os FIIs? Perdas somam R$ 4,6 bi em duas semanas; BRCR11 e IRDM11 lideram
A primeira quinzena deste mês não foi negativa apenas para o Ibovespa, que recuou quase 8%. Foi também pesada para os fundos imobiliários. Nas últimas duas semanas, até sexta-feira (18), os FIIs incluídos no Ifix (índice que reúne os principais fundos da B3) perderam mais de R$ 4,6 bilhões em valor de mercado, mostra levantamento do Clube FII.
Dentre as categorias mais afetadas, os FIIs de recebíveis (ou de “papel”, como também são chamados) e do setor de logística perderam R$ 1,4 bilhão e 1,0 bilhão em valor de mercado, respectivamente, terminando o período como os segmentos campeões em termos de desvalorização.
Fundos de lajes comerciais também foram bastante afetados, ao apresentar perdas de R$ 671 milhões. Em seguida, vieram fundos de shopping/varejo, com R$ 474 milhões a menos em valor de mercado. Na prática, isso seria o mesmo que uma perda de R$ 95 milhões por fundo, em média, já que há cinco produtos voltados para o segmento de shopping e varejo dentro do Ifix.
Chama atenção porque esse valor é mais do que o dobro do verificado pelos demais fundos que compõem o Ifix. Em média, as perdas de fundos que fazem parte do índice ficaram em R$ 43 milhões por fundo.
FIIs híbridos e fundos de fundos (FOFs) também viram o valor de mercado recuar em R$ 454 milhões e de 451 milhões, respectivamente, segundo levantamento do Clube FIIs.
Valor de mercado dos FIIs do Ifix por segmento (em R$ milhões) |
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Segmento | 04/11/2022 | 18/11/2022 | Variação |
Recebíveis Imobiliários | R$ 50.208 | R$ 48.777 | – 1.430 |
Logísticos | R$ 19.320 | R$ 18.274 | -1.046 |
Lajes Comerciais | R$ 9.737 | R$ 9.066 | -671 |
Shopping/Varejo | R$ 8.690 | R$ 8.216 | -474 |
Híbrido | R$ 12.788 | R$ 12.333 | -454 |
Fundo de Fundos | R$ 8.600 | R$ 8.149 | -451 |
Agronegócio | R$ 2.265 | R$ 2.191 | -74 |
Demais | R$ 2.222 | R$ 2.182 | -40 |
Total Ifix | R$ 113.830 | R$ 109.189 | -4.641 |
Fonte: Clube FII. Os dados fazem referência aos dias 4 e 18 de novembro deste ano.
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