O Magazine Luiza (MGLU3) reportou prejuízo de R$ 135 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 95,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado.
O lucro líquido ajustado ficou em R$ 112 milhões, após lucro de 89 milhões um ano antes, diante do efeito dos juros no resultado financeiro e da leve alta nas vendas.
A cifra ficou acima do esperado da Bloomberg, que aguardava prejuízo de R$ 86 milhões.
Trata-se no terceiro prejuízo seguido da companhia, que vem reportando números negativos desde o quarto trimestre de 2021, à medida em que a economia piora.
A receita líquida caiu 5%, para R$ 8,5 bilhões. O Ebitda, que mede o resultado operacional, ficou em R$ 457 milhões, queda de 1,7%.
A margem Ebitda permaneceu estável, com queda de 0,1 ponto percentual.
Já a margem Ebitda ajustada foi de 5,7%, alta de 0,6 ponto percentual contra um ano antes e de 0,7 ponto frente ao primeiro trimestre.
À Reuters, o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Roberto Bellissimo, disse que o crescimento de margem deve-se à expansão do marketplace, plataforma online para venda de terceiros, e estratégias como repasse da inflação aos preços e aumento nas vendas com juros.
As vendas totais foram de R$ 14 bilhões, sendo R$ 10 bilhões gerados pelo e-commerce e R$ 4 bilhões pelas lojas físicas.
O faturamento total, entretanto, teve apenas leve alta. Os varejistas do país vêm sofrendo com a desaceleração de resultados, diante da elevação recente da taxa de juros e da inflação, que afetam a demanda por produtos pelos consumidores.
Além disso, a base de comparação é forte, dado o impulso nas receitas online em 2020 e 2021 em meio à pandemia
As vendas totais do Magazine Luiza atingiram 13,9 bilhões de reais no segundo trimestre, alta de 1,3% em relação a igual etapa de 2021.
No comércio eletrônico, as vendas cresceram 1,9% – e representaram 72,1% do total – sendo que as vendas de produtos do estoque próprio da varejista caíram 6,8%, mas as de seu marketplace subiram 22%.
Na operação em lojas físicas, as vendas recuaram 0,3% e no indicador mesmas lojas cederam 8,2%.
O resultado financeiro foi a principal causa do prejuízo contábil da varejista, tendo ficado negativo em 493,8 milhões, piora de 115% em relação a igual período do ano anterior, devido especialmente ao aumento de juros, a taxa Selic passou de 2,75% ao ano no começo de abril do ano passado para 13,25% ao ano no final de junho deste ano, disse a empresa.
Os estoques ficaram em quase 8 bilhões, queda de pouco mais de 100 milhões ante março.
2º trimestre do Magazine Luiza
Bellissimo disse que as vendas de categorias mais tradicionais, como eletroeletrônicos, tendem a refletir no segundo semestre a evolução de indicadores macroeconômicos, como a inflação, que caiu em julho – apesar de ainda estar superior a 10% em 12 meses -, e a taxa de juros, a qual parte do mercado acredita ter atingido seu pico no atual ciclo de alta, a 13,75% ao ano.
Além disso, disse ele, o segundo semestre costuma ser melhor para varejo, com Black Friday e Natal.
Este ano ainda terá a Copa do Mundo, que costumeiramente eleva venda de televisores e outros produtos – a companhia, por exemplo, é dona da marca de artigos esportivos Netshoes.
O Magazine Luiza alcançou 200 mil vendedores em seu marketplace e disse que, apesar do desempenho mais fraco de produtos tradicionais, novas categorias como moda e beleza vêm tendo forte crescimento.
Recentemente, o corte de custos do Magazine Luiza também atingiu o marketplace, assim como fizeram concorrentes.
Há cerca de dois meses, o varejista elevou sua comissão para vendedores que recebem antecipado, e no início do ano, havia revisto a política de frete grátis.
Bellissimo explicou que a medida dos pagamentos antecipados foi um repasse dos juros, que não havia sido feito desde o início do ciclo de alta da Selic, e afirmou que não há novas medidas planejadas de corte de custos no marketplace.
Questionado sobre dúvidas no mercado quanto ao impacto no longo prazo dessas medidas, em um ambiente altamente competitivo do comércio eletrônico, ele disse que “mesmo com esse repasse de taxa de juros, nós continuamos com uma proposta de valor muito competitiva e uma das mais eficientes do mercado”.
O marketplace vem contribuindo mais com as margens da empresa por causa dessas medidas e crescendo da “mesma forma”, acrescentou.
Outra ação que gerou ruído foi um vídeo promocional do Magazine Luiza para crédito a clientes, com a presença da presidente do conselho, Luiza Trajano.
Bellissimo disse que a varejistas faz várias ações, observando que essa era apenas para clientes pré-aprovados.
“É uma ação de busca de vendas, mas que dessa vez fizemos com um vídeo adicional”.
Com Reuters
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