Goiás tem 160 casos confirmados de varíola dos macacos, segundo informações divulgadas em um boletim pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) nesta segunda-feira (22). Com o avanço da doença, a pasta divulgou um plano de contingência informando que o estado atingiu situação de emergência em saúde pública.
No documento, publicado na sexta-feira (19), a SES-GO dividiu a situação da doença em três níveis. A secretaria descreveu que o nível a ser considerado em Goiás, atualmente, é o nível III – de emergência de saúde pública. Veja as definições de cada nível:
- Nível I – Alerta: corresponde a uma situação em que o risco de introdução da doença seja elevado e não apresenta casos suspeitos.
- Nível II – Perigo Iminente: detecção de caso suspeito de varíola dos macacos e/ou caso confirmado com transmissão alóctone (importado), sem registro de casos secundários (contatos).
- Nível III – Emergência de Saúde Pública: situação em que há confirmação de transmissão local.
De acordo com a superintendente de vigilância em saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, o nível III acontece quando há confirmação de transmissão comunitária.
“É um nível de alerta alto, que a gente precisa que os profissionais entendam a importância da notificação, que as pessoas saibam quais são os sintomas para poder procurar atendimento médico e a gente controlar a dispersão da doença o máximo possível”, disse.
Ainda segundo a superintendente, apesar da situação, o plano de contingencia não tem medidas de enfrentamento que gerem impacto administrativo ou econômico na população, como no caso da Covid.
“Tecnicamente falando, não quer dizer que tem um decreto, como a gente viu na Covid. Diferente da Covid, a gente não está tendo muita internação com a monkeypox [varíola dos macacos]. Mas é um nível de alerta alto porque a gente precisa tentar conter a transmissão”, explicou.
Erupções cutâneas são típicas nos casos de varíola dos macacos — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O objetivo do plano de contingência é estabelecer as diretrizes para o enfrentamento da doença, a fim de minimizar os impactos dela na vida e na saúde da população goiana.
O documento define regras e normas que profissionais de saúde precisam para seguir para atender casos suspeitos da doença, além de informar como deve ser feito o monitoramento de quem está doente e de quem teve contato com a pessoa infectada.
Conforme a SES, as equipes de vigilância epidemiológica e as unidades de saúde públicas e privadas devem ficar atentas aos casos de pessoas com sintomas que atendam critérios para a doença para fazer imediatamente a coleta de amostrar e a solicitação de exame.
Varíola dos macacos em Goiás
Os dois primeiros casos da doença foram confirmados no dia 11 de julho em moradores de Aparecida de Goiânia. Desde então, os números têm apresentado crescimento no estado.
Nesta segunda-feira, Goiás tem 160 casos confirmados de varíola dos macacos, 297 suspeitos e 10 prováveis. Dentre os casos confirmados, 157 são homens e apenas três são mulheres. Os pacientes têm entre 9 e 64 anos.
Goiânia é a cidade com maior número de casos de varíola dos macacos, sendo 123 pessoas com a doença. Aparecida de Goiânia é a segunda cidade com mais doentes, sendo 15 confirmações.
No boletim anterior, divulgado na última sexta-feira, Goiás tinha 143 casos confirmados da doença, 294 suspeitos e 9 prováveis.
Casos da varíola dos macacos foram identificados em 75 países, inclusive no Brasil — Foto: Getty Images
Sintomas da varíola dos macacos
- febre
- dor de cabeça
- dores musculares
- dor nas costas
- gânglios (linfonodos) inchados
- calafrios
- exaustão
- Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
- De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
- Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
- Da mãe para o feto através da placenta;
- Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.
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